O Mundo do Trabalho Líquido e a Realidade do Trabalhador: Desafios da Formação no Contexto da Precarização do Trabalho a partir da Docência
Resumo
Propõe-se, neste artigo, refletir a realidade do trabalhador no contexto da modernidade líquida, materializada por configurações de trabalho flexível da indústria 4.0, desdobrado nos processos de precarização como terceirização e uberização. Discutem-se, também, os desafios no contexto docente inspirado nos princípios da formação omnilateral como indicativo para a formação do trabalhador, não para o mercado de trabalho, mas para o mundo do trabalho. As discussões alicerçam em autores como Ricardo Antunes (2000; 2009; 2013; 2020), Bauman (2007), Kuenzer (2016), Ramos (2014), dentre outros. Conclui-se chamando a atenção para a nova relação de trabalho imposto pela tecnologia diante da sua necessidade de um perfil de trabalhador flexibilizado e subserviente para atender tão somente às grandes corporações da indústria 4.0 nessa sociedade líquido-moderna.
Palavras-chave: Trabalho. Formação omnilateral. Precarização do trabalho. Trabalho docente.
Texto completo:
PDFReferências
AGUILAR, Rosilândia Pereira de. Docência na Educação Profissional e Tecnológica: influências da formação em processos de ensino-aprendizagem. 147 f. 2016. Dissertação (Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica) – Universidade de Brasília, Brasília, 2016. Disponível em: . Acesso em 14 nov. 2023.
ANTUNES, Ricardo. Trabalho e Precarização numa Ordem Neoliberal. In: GENTILI, Pablo; FRIGOTTO, Gaudêncio (Orgs.). La Ciudadanía Negada: políticas de exclusión en la educación y el trabajo. Buenos Aires: Clacso, 2000.
ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho: Ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2009.
ANTUNES, Ricardo (Org.). Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. São Paulo: Boitempo, 2020.
ANTUNES, Ricardo; DRUCK, Graça. Revista do Tribunal Superior do Trabalho, São Paulo, v. 79, n. 4, p. 214-231, out./dez. 2013.
BARBOSA, Attila Magno e Silva. Engajamento subjetivo e organização flexível do trabalho: o caso dos trabalhadores da indústria do alumínio primário paraense. Revista Sociedade e Estado, v. 29, n. 1, p. 225-253, 2014.
BAUMAN, Zygmunt. Vida líquida. Rio de Janeiro:Jorge Zahar Ed., 2007.
BECK, Ulrich. Risk society. London: Sage Publication, 1992.
DEJOURS, C. Subjetividade, trabalho e ação. Revista Produção, São Paulo, v. 14, n. 3, p. 27-34, set./dez. 2004.
DELLA FONTE, Sandra Soares. Formação no e para o trabalho. Educação Profissional e Tecnológica em Revista, v. 2, n. 2. p. 6-19, 2018.
DELORS, Jacques (Coord.). Educação: Um tesouro a descobrir: Relatório para UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2010.
DUTRA, Joel Souza. Gestão de Pessoas: modelo, processos, tendências e perspectivas. São Paulo: Atlas, 2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 12. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
KUENZER, Acácia Zeneida; GRABOWSKI, Gabriel. A produção do conhecimento no campo da educação profissional no regime de acumulação flexível. Holos, v. 6, p. 22-32, 2016. DOI: https://doi.org/10.15628/holos.2016.4983
KUENZER, Acácia Zeneida. Trabalho e escola: a aprendizagem flexibilizada. Reunião Científica Regional da ANPED – ANPED SUL, 11., 2016, Curitiba. Anais... Curitiba/PR, ANPED: 2016. Disponível em: . Acesso em: 30 nov. 2023.
MARX, Karl. O Capital 14. ed. Rio de janeiro: Bertrand, 1989.
MAZZERO, S; LUNA, I; MARAFON, M. Profissões promissoras das próximas décadas. Revista ND 15 + 15 profissões, p. 9, 2021. Disponível em: . Acesso em: 26 de nov. 2023.
MÉSZÁROS, István. O poder da ideologia. São Paulo: Boitempo, 2004.
MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2008.
MORAN, José Manuel. Como utilizar a Internet na educação. Ci. Inf., v. 26, n. 2, p. 7, mai. 1997.
MORAN, J. M. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, C. A. de; MORALES, O. E. T. (Orgs). Convergência Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens – volume II. Ponta Grossa: UEPG, 2015. pp. 15-33. (Coleção Mídias Contemporâneas)
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. [Online]. Brasília: Ministério da Educação, 2000. Disponível em: . Acesso em: 20 nov. 2023.
PACHECO, E. Fundamentos Político-Pedagógicos dos Institutos Federais: diretrizes para uma educação profissional e tecnológica transformadora. Natal: IFRN, 2015.
RAMOS, Marise Nogueira. História e política da educação profissional. Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2014.
RIBEIRO, W.; SILVA, C.; DEMARCHI, P.; GARCIA, J.; SILVA, J.; CRUZ, L. As Metodologias Ativas no contexto da Educação Profissional e Tecnológica: aproximações e contribuições na perspectiva de uma formação humana e integral. Metodologias e Aprendizado, v. 6, p. 433–449, 2023. DOI: 10.21166/metapre.v6i.3871
ROCHA, N. H. B.; RODRIGUES, A. A Formação Docente para a Educação Profissional e Tecnologia: o projeto pedagógico em análise. Educação Profissional e Tecnológica em Revista, v. 7, n. 2, p. 54-70, 2023. DOI: 10.36524/profept.v7i2.1483
SILVA, Rafael Bianchi; MANDELLI, Jessica Pedrosa; DIAS, Daniela Midori Taguchi. Sobre a relação homem-trabalho no contexto da sociedade líquido-moderna: reflexões a partir de Zygmunt Bauman. Barbarói, v. 1, n. 45, p. 293-309, 2015.
SILVA, M. L.; LIMA, I. B.; PONTES, E. A. S. Aprendizagem significativa e o uso de metodologias ativas na educação profissional e tecnológica. Observatório de la Economía Latinoamericana, v. 21, n. 8, p. 9038–9050, 2023. DOI: 10.55905/oelv21n8-066
Apontamentos
- Não há apontamentos.