Por uma Pedagogia “grávida” de Suleamento para o Ensino de Línguas (ou em que medida Paulo Freire pode contribuir para a construção de um panorama linguístico-educacional mais inclusivo)

Fernando Zolin-Vesz

Resumo


Em tempos de intemperanças a respeito do legado freiriano, este texto busca responder à seguinte indagação: em que medida um autor como Paulo Freire e, em particular, um de seus conceitos mais instigantes para a seara dos estudos linguísticos – “palavras grávidas de mundo” –, poderiam  ajudar a redimensionar o debate no tocante ao ensino de línguas, marcado preponderantemente por pedagogias/epistemologias que invariavelmente costumam “voltar-se de frente” para saberes de base eurocêntrica, mantendo determinados privilégios produzidos como efeito do processo considerado “científico”? A fim de responder a tal questionamento, instiga-se a construção de uma seara de ensino de línguas que estabelece diálogo com o chamado SULeamento da produção de conhecimento (Freire, 2014), com o propósito de construir um “atravessar de fronteiras epistemológicas” que, conforme Streck (2014), constitui uma das características do pensamento de Paulo Freire.

Palavras-chave: Paulo Freire. SULeamento da produção de conhecimento. Ensino de línguas.

 

 

 

 

 

DOIhttps://doi.org/10.29327/2169333.5.2-13


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